Editorial
Praga. O papel da imprensa é erroneamente subestimado em nosso cotidiano. Também não poderia deixá-lo de ser frente à pandemia de “fake news” e pós-verdade que vivemos, conceitos que ainda carecem por serem melhor assimilados pelo senso comum. Mas é inequívoco que o registro do cotidiano realizado pelos veículos de comunicação é parte essencial da civilização em uma altura da história em que o intercâmbio de dados é tão intenso e imediatista.
Já ultrapassamos a marca em que se poderia dizer, de maneira simplória, que a imprensa manipula a realidade quando na verdade suas linhas são apenas uma versão da totalidade dos fatos. A pena do cronista é somente um dos incontáveis dados presentes no transcorrer de qualquer evento histórico e é justamente aquele que converte o acontecimento em fonte de pesquisa para analistas filtrarem sua percepção, compararem informações e abstraírem os dados que possibilitam a reconstituição de cenários passados.
Mas é sempre um momento de tensão a divulgação de qualquer matéria jornalística, seja sobre eventos que estão cronologicamente afastados do nosso presente ou acerca da assuntos do dia anterior. E a tentação por invalidar seu conteúdo logo de partida é sempre tentador para quem não se sente, a seu próprio juízo, apropriadamente representado nas tintas utilizadas. Se poderia alegar, muito precariamente, de que o descritivo dos acontecimentos não foi exatamente como tudo aconteceu, ou que tratam-se simplesmente de inverdades utilizadas como propaganda ofensiva ou qualquer outra intenção maliciosa subvertida em notícia.
São críticas possíveis de serem feitas em qualquer círculo social, sem dúvida, ainda mais quando vivemos em um contexto democrático. No entanto, há uma diferença gritante entre narrar um acontecimento e inventar uma história. Haverá quem entenderá o conteúdo da notícia e quem sequer lerá totalmente a matéria. Também quem se sentirá ofendido e quem se sentirá prestigiado. De toda forma, será sempre impossível estimar a repercussão daquilo que é noticiado, especialmente quando são trazidos à baila não apenas versões, mas dados verificáveis conhecidos por muitas fontes. É seguro que fatalmente algo irá acontecer e aí poderemos compreender o valor social representado pela imprensa: propiciar o debate, alimentar a reflexão e não impor uma narrativa absoluta sobre a história vivida.
Novo periódico reacende o debate diplomático na Europa
Coburgo. A comunidade europeia foi sensivelmente afetada pela circulação da primeira edição de um novo periódico alemão, o Coburg Report. A notícia de estreia abordou o esforço de construção de uma vizinhança pacífica – uma Pax Europa, por assim dizer – que, em última instância resultou na criação do Congresso de Füssen.
Dito de forma simplificada, a existência do Congresso sinaliza que a Europa já experimentou confrontação o bastante e que é chegado o momento de sua comunidade de nações viver tempos mais tranquilos. O detalhe, no entanto, é que esta desejada tranquilidade não é imune ao destempero manifestado pela mente obscurecida de algum mandatário. Neste caso, a memória nobiliárquica de um país converte-se em uma questão muito delicada que necessita bom senso, pesquisa e razoabilidade.
Foi justamente a ausência destas balizas que o Coburg se fundamentou para construção de sua matéria inaugural e reanimar o debate sobre como a política externa é praticada na contemporaneidade europeia. Logicamente que cabeças (coroadas) estão doendo para decodificar seus conteúdos e (tentar) instrumentalizar uma crítica a seu respeito, mas o objetivo básico foi seguramente alcançado: diplomacia é uma arte antes de ser uma ciência, e nem todo mundo sabe fazê-la bem. Há muito mais a esperar das próximas edições.
Almoço em Vyšehrad reúne cúpula da Casa de Hohenzollern
Praga. Após vários adiamentos devido às circunstâncias sanitárias da atualidade, o imperador Guilherme III foi finalmente recebido com um almoço social por seu irmão, o rei Venceslau V, na residência real de Vyšehrad no último dia 12.
Os irmãos repassaram uma enormidade de temas referentes ao país há cinco dias do aniversário de 19 anos de fundação do Reich, como futuras reformas legais no Império, a realidade dos estados alemães, a atuação internacional da Alemanha, dentre outros assuntos foram visitados pela conversa.
Ao seu irmão bávaro o rei boêmio ofereceu um diversificado cardápio de culinária japonesa, o qual fora continuado, ao entardecer, por uma caminhada pelos jardins da cidadela. A rainha Elizabeth e a imperatriz Juliana não puderam comparecer ao encontro por razão de agendas particulares no exterior.
Incêndio em circo foi provocado por artista bêbado
Füssen. Um espetáculo circense foi interrompido por um incêndio à sombra do imponente Castelo de Neuschwanstein. Segundo foi apurado por nossa equipe no local da ocorrência, as chamas teriam sido provocadas por um palhaço embriagado durante sua performance ao lado de um anão. A perícia apontou que vodca foi o combustível utilizado para fazer o circo pegar fogo. Ninguém, exceto os dois artistas, foi vitimado pelas chamas.
